LDP: 07/AGO/12

LEITURA DIÁRIA DA PALAVRA

07/AGO/2012 (terça-feira)

LEITURAS

Leitura da profecia de Jeremias 30,1-2.12-15.18-22 (Livro do velho ou 1º testamento / Livros Proféticos)

1 Palavra que foi dirigida a Jeremias, da parte do Senhor: 2 “Isto diz o Senhor, Deus de Israel: Escreve para ti, num livro, todas as palavras que te falei. 12 Isto diz o Senhor: Incurável é tua ferida, maligna tua chaga; 13 não há quem conheça teu diagnóstico; uma úlcera tem remédio, mas em ti não se produz cicatrização. 14 Todos os teus amigos te esqueceram, não te procuram mais; eu te causei uma ferida, como se fosses inimigo, como um castigo cruel: por causa do grande número de maldades que te fez endurecer no pecado. 15 Por que gritas em teu sofrimento? É insanável a tua dor. Eu te tratei com rudeza por causa das tuas inúmeras maldades e por causa do teu endurecimento no pecado. 18 Isto diz o Senhor: Eis que eu mudarei a sorte das tendas de Jacó e terei compaixão de suas moradias, a cidade ressurgirá das suas ruínas e a fortaleza terá lugar para suas fundações; 19 de lá sairão cânticos de louvor e sons festivos. Hei de multiplicá-los, eles não diminuirão, hei de glorificá-los, eles não serão humilhados. 20 Teus filhos serão felizes como outrora, e sua Comunidade, estável na minha presença; e agirei contra todos os que os molestarem. 21 Para chefe será escolhido um dos seus, e o soberano sairá do seu meio; eu o incitarei, e ele se aproximará de mim. Quem dará a vida em penhor da sua aproximação de mim? – diz o Senhor. 22 Sereis meu povo e eu serei vosso Deus.

Proclamação do Salmo 101(102),16-18.19-21.29.22-23 (R. 20b) (Livro do velho ou 1º testamento / Livros Poéticos e de Sabedoria ou Sapienciais)

— 20b O Senhor olhou a terra do alto céu.
— 16 As nações respeitarão o vosso nome, e os reis de toda a terra, a vossa glória; 17 quando o Senhor reconstruir Jerusalém e aparecer com gloriosa majestade, 18 ele ouvirá a oração dos oprimidos e não desprezará a sua prece.
— 19 Para as futuras gerações se escreva isto, e um povo novo a ser criado louve a Deus. 20 Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, e o Senhor olhou a terra do alto céu, 21 para os gemidos dos cativos escutar e da morte libertar os condenados.
— 29 Assim também a geração dos vossos servos + terá casa e viverá em segurança, e ante vós se firmará sua descendência. 22 Para que cantem o seu nome em Sião e louve ao Senhor Jerusalém, 23 quando os povos e as nações se reunirem e todos os impérios o servirem.

Evangelho de Jesus Cristo segundo as palavras de Mateus 14,22-36 (Livro do novo ou 2º Testamento / Livros Históricos)

Depois que a multidão comera até saciar-se, 22 Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23 Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho. 24 A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. 25 Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26 Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados, e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. 27 Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” 28 Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir a teu encontro, caminhando sobre a água”. 29 E Jesus respondeu: “Vem!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30 Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31 Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” 32 Assim que subiram na barca, o vento se acalmou. 33 Os que estavam na barca, prostraram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!” 34 Após a travessia desembarcaram em Genesaré. 35 Os habitantes daquele lugar reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região. Então levaram a ele todos os doentes; 36 e pediam que pudessem, ao menos, tocar a barra de sua veste. E todos os que tocaram, ficaram curados.

COMENTÁRIOS

… Eu sou o CAMINHO …

O que o texto diz para mim, hoje? Este texto me convida a avaliar a minha fé. Os ventos contrários do texto lido lembram as nossas tempestades. Dizemos que temos fé, que seguimos Jesus, que ele está conosco, mas nos momentos difíceis nos apavoramos como Pedro. Também nós duvidamos quando sentimos os “ventos contrários”. Isso porque ainda não confiamos plenamente em Deus e no seu Projeto de amor. É assim comigo? E para nós que também, às vezes duvidamos, dizem os bispos da América Latina: “Nestes momentos, com incertezas no coração, perguntamo-nos com Tomé: “Como vamos saber o caminho?” (Jo 14,5). Jesus nos responde com uma proposta provocadora: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Ele é o verdadeiro caminho para o Pai, quem tanto amou ao mundo que deu a seu Filho único, para que todo aquele que nele creia tenha a vida eterna (cf. Jo 3,16). Esta é a vida eterna: “que te conheçam a ti o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo teu enviado” (Jo 17,3). A fé em Jesus como o Filho do Pai é a porta de entrada para a Vida. Como discípulos de Jesus, confessamos nossa fé com as palavras de Pedro: “Tuas palavras dão vida eterna” (Jo 6,68); “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16).” (DAp 101).

… a VERDADE …

O que diz o texto do dia? Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mt 14,22-36, e observo pessoas, palavras, relações, lugares. Jesus e os discípulos atravessaram o lago e chegaram à região de Genesaré. Ali o povo reconheceu Jesus e avisou todos os doentes das regiões vizinhas. Então muitas pessoas levaram doentes a ele, pedindo que deixasse que os doentes pelo menos tocassem na barra da sua roupa. E todos os que tocavam nela ficavam curados. Enquanto Jesus reza, sozinho, no monte, os discípulos navegam no lago. Jesus tinha ordenado aos discípulos que subissem no barco e fossem à frente, para o lado oeste do lago. Para quê? Certamente para testemunhar a outros povos que a nova sociedade se constrói pela partilha, como tinham visto na partilha dos pães e dos peixes. Mas isto não foi fácil. O mar estava agitado. As ondas batiam com força contra o barco. O que significava isto? Significava a resistência dos discípulos e nossa para compreender o projeto de Deus para todos. De madrugada Jesus vai ao encontro deles, caminhando sobre as ondas. Os discípulos, já amedrontados, pensam que é um fantasma. Não reconhecem o Mestre. Ele os acalma dizendo-lhes: “Coragem! Sou eu! Não tenham medo!” E Pedro lança um desafio, como um teste: “Se é o Senhor mesmo, mande que eu vá andando em cima da água até onde o Senhor está”. E Jesus aceita: “Venha!” Um desafio ousado, como se Pedro quisesse participar da divindade e do poder de Jesus. Exigia uma grande fé, entrega total, abandono total. Pedro não estava preparado. Sua fé balançou quando sentiu a força do vento, ficou com medo e começou a afundar. Jesus atende ao seu pedido de socorro e o salva.

… e a VIDA …

Pai, aproxima-me de Jesus de quem brota a salvação e a vida, para que eu possa ser curado do egoísmo que me impede de fazer o bem ao próximo.

Qual deve ser a MISSÃO em minha VIDA hoje?

Meu novo olhar é de fé. Em casa, na rua, no trabalho, onde estiver, em alguma situação ameaçadora ou difícil, vou aumentar minha confiança no Senhor, na certeza de que ele me ajudará. Repetirei com santa Tereza D’Ávila: Nada te perturbe, nada te amedronte, tudo passa, a paciência tudo alcança… a quem tem Deus nada falta, só Deus basta.

REFLEXÕES:

1 – VACILAÇÃO DE PEDRO

Após a partilha dos pães, Jesus envia os discípulos de barco, enquanto despede as multidões e recolhe-se para orar. O temor dos discípulos diante do mar agitado, o não reconhecimento de Jesus que se aproxima e a vacilação de Pedro ao caminhar ao encontro de Jesus são expressões da incompreensão que ainda existia diante da missão de Jesus e de sua própria pessoa. Mateus faz um contraste. Enquanto os discípulos na barca não reconheceram Jesus, ao chegarem a Genesaré, uma região periférica do judaísmo, os habitantes o reconhecem.

2 – FÉ VACILANTE

A experiência de se encontrar num pequeno barco, no meio do mar agitado, serviu, para por à prova, a fé dos discípulos de Jesus. A fé vacilante deles não lhes permitiu perceber a presença do Senhor. Por isso, gritaram de pavor, pensando que iriam morrer. No momento de dificuldade, a fé dos discípulos fraquejou. Pedro, líder da comunidade, também passou pela provação da fé. Jesus foi desafiado por ele, quando este lhe pediu permissão para caminhar sobre as águas. Seria um sinal de que, de fato, o Senhor estava com ele. As palavras – “Se és tu, Senhor! – soam como um desafio. O apóstolo, porém, já próximo de Jesus, deixou-se vencer pelo medo, quando o vento soprou furioso. E começou a afundar. No auge do desespero, recorreu a Jesus. Este o salvou, censurando-lhe, porém, a pouca fé. A cena da tempestade transmite uma mensagem importante. É nos momentos de tribulação que a fé do discípulo é posta à prova. Ninguém pode estar seguro de não vacilar. Pedro e os líderes da comunidade vacilaram. Quiçá, por confiar nas próprias forças, prescindindo do Senhor. Foi preciso que o Mestre fosse em seu socorro e os salvasse. De igual modo, a comunidade, esquecendo-se do Senhor, não seria capaz de sobreviver diante das perseguições. Ela só será salva, se segurar na mão estendida de seu Mestre.

3 – SALVA-ME, SENHOR!

Depois de Jesus ter alimentado, milagrosamente, o povo que estava como “ovelha sem pastor”, manda Seus discípulos navegarem de volta a Genesaré, enquanto Ele despedia as multidões. Após isso, o Senhor subiu o monte, a sós, para orar. Era uma situação difícil. Ele tinha que se fortalecer mediante a oração para agir sabiamente conforme a vontade do Pai. No crepúsculo do monte, Jesus viu os discípulos ao longe remando, vigorosamente, na escuridão, pois enfrentavam um forte vento contrário. Em altas horas da madrugada, Seus discípulos O viram andando sobre a água, em vias de ultrapassar o seu barco. Assustados, pensaram que fosse um fantasma. E gritaram, com medo. Nunca haviam visto um fantasma, mas um homem de verdade não podia andar sobre a água assim! Assustados, ficam sem rumo a tomar. Quantas vezes também passamos por “tempestades” nesta vida e, com perplexidade, lutamos para vencer os problemas que nos parecem insolúveis. Não devemos nos desesperar, porque sabemos que nosso Salvador sabe da nossa situação e virá nos socorrer a tempo. Saiba que o Senhor não se divertiu com a aflição dos discípulos, mas, imediatamente, os tranquilizou: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo”. Pedro se animou tanto – ao vê-Lo andando sobre a água assim – que pediu permissão para fazer o mesmo e ir até Ele. Aqui vemos a fé de Pedro: estava disposto a fazer uma coisa que era naturalmente impossível, mesmo arriscando sua própria vida naquelas águas perigosas, convicto de que o Senhor Jesus lhe daria o amparo necessário se Ele assim quisesse! A fé é provada pelas obras. O Senhor disse a Pedro, simplesmente: “Venha!”. O apóstolo desceu do barco e andou sobre a água para ir ter com o Mestre. Não ficou na intenção, mas demonstrou a legitimidade da sua fé. Nossa fé é, muitas vezes, forte na teoria, mas fraca na prática. Sejamos como Pedro, obedecendo às ordens do Senhor: notem que ele pediu que o Senhor o mandasse ir, ele não foi por conta própria. O Senhor aproveitou a ocasião para nos dar uma lição. Pedro estava andando sobre a água, confiante no poder de Cristo para sustê-lo. “Mas, quando reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: ‘Senhor, salva-me!’” Pedro sentiu o poder do vento e teve medo, porque começou a duvidar. Sabia que ele próprio não tinha condições para andar na água, duvidou do poder do Senhor e, em consequência, começou a afundar. A lição é que, quando o Senhor nos chama para Si, podemos estar certos de que Ele é poderoso para afastar todos os obstáculos do caminho. Deixemos todo embaraço e pecado, que tão de perto nos rodeia, e corramos, com fé e paciência, a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual – pelo gozo que Lhe estava proposto – suportou a cruz, desprezando a afronta para que todos nós fôssemos salvos pela Sua Morte e Ressurreição. Pedro não procurou nadar – o que parece que ele sabia fazer -, mas, sabiamente, recorreu logo ao Senhor Jesus. Não foi preciso uma oração comprida, cheia de lindos termos de linguística e citações bíblicas, senão ele teria se afogado antes mesmo de terminar; mas curta, objetiva, para a pessoa certa: “Senhor, salva-me!” No momento mais difícil da sua vida, com grande fé, este deve ser o seu grito: “Salva-me, Senhor!”

4 – ENTÃO OS QUE ESTAVAM NA BARCA PROSTRARAM-SE DIANTE D’ELE

«Eles prostravam-se, eles adoravam e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: “Digno és, Senhor e nosso Deus, de receber a glória, a honra e a força”» (Ap 4,10ss). Como imitar, no céu da minha alma, esta ocupação dos bem-aventurados no céu da glória? Como prosseguir este louvor, esta adoração ininterrupta? São Paulo dá-me uma luz sobre isso quando deseja para os seus que «Ele vos conceda, de acordo com a riqueza da Sua glória, que sejais cheios de força, pelo Seu Espírito, […] enraizados e alicerçados no amor» (Ef 3,16-17). Estar enraizado e alicerçado no amor: tal é, me parece, a condição para exercer dignamente o ofício de «louvor à glória» (Ef 1,6). A alma que penetra e habita nestas profundezas de Deus […], que consequentemente tudo faz «n’Ele, com Ele, por Ele e para Ele» […], enraíza-se mais profundamente n’Aquele que ama com cada um dos seus movimentos, das suas aspirações e dos seus atos, por muito comuns que sejam. Tudo nela presta homenagem ao Deus três vezes santo: ela é, por assim dizer, um Sanctus perpétuo, um incessante louvor à glória! «Eles prostravam-se, eles adoravam e lançavam as suas coroas». Primeiramente, a alma deve prostrar-se, mergulhar no abismo do seu nada, afundar-se tão profundamente que […] encontre a verdadeira paz, imutável e perfeita, que nada transtorna, pois precipitou-se tão fundo que ninguém irá buscá-la. Poderá então adorar.

5 – SENHOR, SE ÉS TU, MANDA-ME IR AO TEU ENCONTRO, CAMINHANDO SOBRE A ÁGUA

Hoje não veremos Jesus dormindo na barca enquanto esta se afunda, nem acalmando a tempestade com só uma palavra de interpelação, suscitando assim a admiração dos discípulos (cf. Mt 8, 22-23). Mas a ação de hoje não deixa de ser desconcertante: tanto para os primeiros discípulos como para nós. Jesus mandou os discípulos subirem na barca e irem para a outra margem; despediu todo o mundo depois de saciar a multidão faminta e, Ele permaneceu sozinho na montanha, profundamente imerso em oração (cf. Mt 14,22-23). Os discípulos, sem o Mestre, avançam com dificuldade. Foi então quando Jesus se aproximou da barca caminhando sobre as águas. Como acontece com pessoas normais e sensatas, os discípulos se assustaram ao vê-Lo: os homens não costumam caminhar sobre a água e, portanto, deviam estar vendo um fantasma. Mas eles se equivocaram, não era um fantasma, mas tinham diante deles o próprio Senhor, que os convidava como em tantas outras ocasiões a não terem medo e a confiar Nele para revelar neles a fé. Esta fé se exige, em primeiro lugar, a Pedro, que disse: «Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água» (Mt 14,28). Com esta resposta, Pedro mostrou que a fé consiste na obediência à palavra de Cristo: não disse «faça com que eu caminhe sobre as águas», mas queria seguir o que o próprio e único Senhor lhe mandasse para poder crer na veracidade das palavras do Mestre. Suas dúvidas o fizeram cambalear em sua fé incipiente, mas ela levou à confissão dos outros discípulos, agora com o Mestre presente: «Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!» (Mt 14,33). «O grupo daqueles que já eram apóstolos, mas que ainda não acreditavam, depois de verem que as águas jogavam sob os pés do Senhor e que mesmo no movimento agitado das ondas, os passos do Senhor eram seguros, (…) creram que Jesus era o verdadeiro Filho de Deus, confessando-O como tal» (Santo Ambrósio).

6 – JESUS CAMINHA SOBRE AS ÁGUAS

Senhor, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água. Este Evangelho narra a belíssima cena de Pedro caminhando sobre as águas, ao encontro de Jesus. E narra também a chegada deles a Genesaré, onde os doentes vinham e apenas tocavam na barra da veste de Jesus e ficavam curados. O texto começa descrevendo o que aconteceu logo após a multiplicação dos pães: “Depois que a multidão comera até saciar-se, Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar”. Nós precisamos atravessar o mar da vida e ir para o outro lado, isto é, para uma mudança de nós mesmos e da sociedade ao nosso redor, rumo ao Reino de Deus. “Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós.” Precisamos rezar, conversar com Deus, sozinhos, em família e em Comunidade. Para isso, precisamos “despedir as multidões”, isto é, fazer uma ruptura com o nosso ativismo, interrompendo os trabalhos, os quais não acabam nunca. “A barca, já longe da praia, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário.” O vento forte e o mar agitado simbolizam as dificuldades que o mundo e a vida nos oferecem. A noite escura são as nossas limitações pessoais. A nossa vida na terra é semelhante aos discípulos na barca, atravessando o mar revolto. Muitos querem ficar na terra firme da praia. Estes estão mais seguros. Entretanto, eles não atravessam o mar, rumo a uma vida nova e a um mundo novo, ao Reino de Deus. É difícil a travessia, porque o vento muitas vezes é contrário e surgem tempestades, mas Jesus tem poder sobre a natureza, e nós também, pela fé, podemos ter. Deus está acima das turbulências da vida. Ele é o Senhor de tudo. “Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar.” Deus está acima das turbulências da vida, e Ele não nos abandona; a noite passa e o dia aparece. “Os discípulos disseram: É um fantasma. E gritaram de medo.” Deus está sempre junto conosco, mas a falta de discernimento nos leva a confundi-lo com fantasmas. Quanta gente se afunda, sem recorrer a Deus que está ao seu lado! “Jesus, porém, logo lhes disse: Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” A frase é dirigida também a nós, discípulos e discípulas de hoje. “Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus”. Todos nós, neste mundo, estamos na mesma situação de Pedro. No dia do batismo, pulamos na água, ao encontro de Cristo. É uma caminhada arriscada, que exige de nós desinstalação. O nosso testemunho começa a mexer na sociedade, e vêm as perseguições (vento, ondas). Como Pedro, sentimo-nos sozinhos, longe de Jesus e da barca, e sem corrimão. Perdemos os apoios humanos – dinheiro, autoridade, amigos, saúde… – e ficamos confusos. Nesta hora, se nos falta a fé, começamos a afundar, ou apelamos para falsos corrimões: dinheiro, bebida, vícios… Quantos se desviam da caminhada cristã! O povo hebreu construiu o bezerro de ouro no deserto por esse motivo. É a hora da oração. “Senhor, salva-me! Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: homem fraco na fé, por que duvidaste?” O nosso corrimão na caminhada da vida é a oração, porque, se pedimos, Deus vem com certeza, e com ele tudo se torna fácil. Jesus deixou todos os recursos à nossa disposição, a fim de nos lançarmos com coragem no mar. Não podemos ficar eternamente na praia, “vendo a banda passar”, pois o fermento foi feito para ser misturado na massa, o sal para ser misturado na comida e a luz para ser colocada num lugar alto, onde não existe luz. Humanamente é arriscado, mas a nossa segurança está em Deus que tudo pode. Na Bíblia, ter fé é sinônimo de ter coragem; e medo é sinônimo de falta de fé. “Assim que subiram no barco, o vento se acalmou. Os que estavam no barco prostraram-se diante dele, dizendo: Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!” Valeu a lição. É vendo a presença de Deus em nossa vida que vamos crescendo na fé. O mesmo Pedro que cometeu tantas fraquezas na fé, morreu mártir por Cristo! Aqueles cristãos e aquelas cristãs que dedicam umas horas do fim de semana ao trabalho na Comunidade, por exemplo, como vicentinos, legião de Maria, apostolado da oração, pastoral da criança, pastoral da juventude, equipe de liturgia…, estão se atirando no mar. Também aqueles e aquelas que se envolvem na política, porque “a política é a ferramenta mais poderosa de transformação social” (Papa Paulo VI), e nós queremos uma sociedade transformada, renovada. Este mar, o da política, é revolto, mas Cristo nos chama para entrar nele também. Ficar na praia é que não podemos. O que faz a diferença entre o cristão medroso e o cristão que se atira no mar é o tamanho da fé que ele ou ela tem. Na nossa caminhada de cristãos, Deus vai aos poucos tirando os nossos corrimões, para que confiemos mais nele e peçamos a sua ajuda. Somos chamados a seguir Jesus, aplicando a fé na realidade e colocando-nos do lado dos necessitados. Se fizermos assim, e começarmos a afundar, Cristo com certeza atenderá a nossa oração e estenderá a mão. Hoje celebramos a festa de S. João Maria Vianei, o padroeiro dos sacerdotes. Ele era francês e faleceu dia 04/08/1859, portanto, há exatamente 150 anos. Por isso estamos no Ano Sacerdotal. João Vianei era da roça, de uma família profundamente católica. Sua inteligência era tão curta que ele não conseguia nem acompanhar os estudos numa sala de aula. Devido à sua santidade e ao seu desejo de ser padre, o pároco o acolheu na casa paroquial e lhe ensinou o principal dos estudos humanos e teológicos. Foi ordenado sacerdote e nomeado pároco de uma pequena cidade, chamada Ars. A cidade foi totalmente transformada após a chegada do Pe. João Vianei. Aquele povo, antes violento, cheio de vícios e afastado da Igreja, transformou-se em uma Comunidade santa. Gente de longe ia até Ars, a fim de se confessar ou pedir orientação ao Pe. Vianei. Ele estava sempre disponível para substituir os párocos vizinhos, quando precisavam viajar ou descansar. Pe. João faleceu com 73 anos de idade, logo após terminar de rezar com o povo o terço das onze horas. Maria Santíssima e S. João Maria Vianei enfrentaram com coragem a travessia do mar de suas vidas, baseados na fé e no amor. Peçamos a eles que nos ajudem. Senhor, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água.

7 – OS VENDAVAIS NA VIDA DOS DISCÍPULOS

Uma boa pergunta para entrarmos de cabeça nessa reflexão: por que os discípulos ficaram com medo e pensaram que Jesus, caminhando sobre as águas na direção deles, era um fantasma? Porque era exatamente o clima das primeiras comunidades cristãs naqueles primeiros anos do cristianismo. Tinham medo porque não sabiam em que ia dar tudo aquilo, segundo, Jesus de Nazaré tinha morrido e portanto, se apareceu andando sobre as águas, era mesmo um fantasma. Era Jesus mais se tratava de uma aparição fantasmagórica, que de concreto nada pode fazer a não ser passar por paredes, andar sobre as águas e outras coisas desse tipo, próprias de um fantasma. Então no diálogo com Jesus, feito por Pedro, vem a primeira prova de que não é um fantasma, pois Pedro queria saber se era Jesus mesmo, e se ele pudesse fazer as mesmas coisas que Jesus fazia, então sua presença era real. Á ordem de Jesus “Vem” o velho Pedro andou sobre as águas exatamente como Jesus. Jesus tinha o mar sobre seus pés, dominava as forças do mal presente no fundo do mar, segundo os antigos acreditavam, em sua vida Jesus venceu essas forças e agora, á sua Igreja também poderá fazê-lo entretanto… A Comunidade não supera as Forças do mal com seus próprios recursos, sua capacidade, seu conhecimento sobre o assunto, suas ideologias. Nada disso! Enquanto Pedro caminhava ao encontro de Jesus, isso é, pensava e agia exatamente como o Mestre, conseguia superar as forças malignas dos vendavais e tempestades que assolavam as comunidades. Mas há momentos desse embate, que nos julgamos perdidos, o medo e o desânimo nos dominam, e quando sentimos que tudo vai acabar, isso é, que as forças contrárias ao evangelho e á Igreja, são maiores e mais poderosas do que a nossa Fé, só há uma coisa a fazer: reconhecer que a Salvação vem de Jesus e somente dele! Não é a estrutura da Instituição que nos salva, não são os métodos pastorais ou as estratégias dos movimentos, ou a fama e o sucesso da Igreja na Mídia, mas somente e unicamente Jesus. Há em nossa Igreja muitas vezes movimentos super bem organizados em nível de arquidiocese, de cidades, de região, de estado e até mundialmente. Que sempre reconheçamos a importância desses movimentos mais tenhamos muito claro que o centro da Salvação está no Cristo anunciado pelo Santo Evangelho. Jesus entra na barca após tomar Pedro pela mão. Jesus não leva Pedro junto a si, em um lugar exclusivo e isolado, mas ele entra na barca junto com os demais, que ao verem cessar a tempestade professaram a Fé “Tu és verdadeiramente o Filho de Deus!” Não há nenhum outro lugar, fora da comunidade eclesial, onde se possa fazer essa experiência da presença real do Senhor agindo com os que creem, no combate interminável contra a ventania, as ondas e temporais que tentam em vão afundar essa Barca. Acreditamos no sucesso da missão evangelizadora, por causa do nosso desempenho, ou porque vemos em tudo a ação misteriosa de Jesus, fazendo a Salvação acontecer na vida das pessoas?

8 – JESUS, ELE É VERDADEIRAMENTE O FILHO DE DEUS

Jesus havia subido ao monte para orar a sós com o Pai quando percebeu que os Seus discípulos estavam passando por dificuldades por causa da ventania que soprava sobre o seu barco que era agitado pelas ondas do mar. Aproximou-se, então, deles andando sobre as águas a fim de salvá-los. Assustados, eles não reconheceram Jesus e Pedro pediu-Lhe, então, uma prova. “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. Pedro foi, no entanto, esmoreceu na fé, teve medo e não conseguiu ir adiante, no seu propósito. Isto também acontece conosco quando estamos atravessando as tempestades da nossa vida! Pedimos a Deus provas de coisas que só dependem da nossa fé para acontecerem. Queremos, mas não confiamos no poder de Deus; desejamos, mas não temos paciência para enfrentar as dificuldades próprias das coisas que queremos conquistar. Somos débeis, indecisos e, na verdade, somos homens e mulheres fracos na fé. Duvidamos das promessas do Senhor e somos condicionados a confiar na nossa própria fraqueza que não nos deixa caminhar sobre as dificuldades. Testamos a Deus, mas confiamos em nós. Todavia, sabedores de que não temos capacidade, nós naufragamos porque desistimos de lutar. Contudo, o Senhor nos espera de mãos estendidas para nos ajudar. Jesus conhece as nossas fraquezas, por isso, Ele nos perdoa quando tentamos testá-Lo e O colocamos à prova. A única coisa que nós precisamos fazer é reconhecer que Ele é verdadeiramente o Filho de Deus e pode nos tirar de qualquer sufoco sem que seja preciso nos arriscar para avaliar a Sua força. Reflita – Você já percebeu que Jesus sabe das suas dificuldades e que Ele se aproxima de você de várias maneiras – Como você tem acolhido a aproximação de Deus na sua vida? – Você também tem testado o poder de Deus na sua vida? – Como Ele tem se manifestado? Você tem medo de Deus? Por quê? Amém! Abraço carinhoso.

9 – SENHOR, MANDA-ME IR AO TEU ENCONTRO, CAMINHANDO SOBRE A ÁGUA

A vida humana se define por três tipos de tarefas: as possíveis, as impossíveis e as impensáveis. Os discípulos, antes de conhecer Jesus, faziam as possíveis. Levavam uma vida de trabalho e de piedade até onde seus recursos e conhecimentos permitiam. O chamado de Jesus que converteu os discípulos em pescadores de homens se transforma em um caminho para abraçar o impossível, que é abandonar as seguranças e abraçar a tarefa de anunciar o evangelho para instaurar o Reino de Deus no meio das condições adversas. Jesus dá um passo a mais e realiza o impensável. É o que representam os milagres. São sinais de um mundo no qual a vida não está limitada pelos preconceitos sociais, pelas limitações econômicas ou, inclusive, pelas doutrinas religiosas: o céu é o único limite. Pedro sai ao encontro de Jesus, supera o obstáculo impossível das águas, e a voz de Jesus o conduz ao milagre. A ação de Pedro mostra o caráter particular da fé cristã: não nasce de doutrinas ou leis, mas nasce na doação ao chamado de Jesus; fé é agarrar-se na mão de Jesus com todas as forças para confiar somente nele.

10 – NÃO AFUNDE NAS DESILUSÕES, JESUS LHES SALVARÁ

“Meu Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não tardeis mais”. (Sl 69, 2.6). Os sofrimento acontecem com os fracos que não tem coragem de pedir socorro no momento crítico. Mas se tiver fé no Criador e fazer com justiça o que ensina os ensinamentos da verdade o Senhor estará dando toda a força para a construção de novos caminhos. Entretanto, se a fraqueza insistir em derrubar, não se envergonhe, procure Deus, roga por Ele e pede de coração sereno, pois Ele não deixará sofrer. A mão do Senhor estará ao alcance de quem confia na sua presença. Basta acreditar e pensar firmemente no seu poder que a solução acontece. Contudo, às vezes, a solução não chega ao momento esperado, não porque Deus não ouviu, mas porque ainda não ocorreu o tempo necessário. O tempo do Senhor é diferente do nosso tempo. Nosso tempo é limitado com data e hora para acontecer, isto é a cultura do homem; mas o tempo do Senhor é infinito, não tem tempo marcado, porque o Senhor vive na eternidade. Podemos até ficar chateado com o Senhor ao não ouvir o apelo, mas não precisamos desesperar. Veja que o salmista implora ao Senhor pelo socorro, não desanima até chegar ao limite do pedido do homem. Assim, deve ser a nossa vontade, encorajar na confiança para que a mão do Senhor venha em nosso auxílio. Pedro estava na barca e viu Jesus aproximando no meio da tempestade sobre as águas. Teve a coragem e pediu para aproximar por sobre as águas. Incentivado saiu ao seu encontro. No meio do caminho ficou com medo do tumulto e começou a afundar. Pediu socorro a Jesus e logo foi atendido. Na cena narrada por Mateus o mar agitado significa a resistência dos discípulos e a resistência de todos nós em compreender que o projeto de Deus é para todos e não apenas para nós. Enquanto nós não sermos solidários e companheiros com o irmão que necessita da ajuda, o mundo não compreendeu a verdadeira vinda de Jesus. Não precisamos ser resistente com o projeto de vida de Deus, a vida plena se faz no ardor de novas atitudes comprometidas com a sociedade. A calmaria só acontece se a paz reinar nos corações dos homens de boa vontade. As desilusões podem acabar com o projeto de Deus. Mas se postarmos a força no Cristo Ressuscitado tudo pode fluir de maneira a contento. Para que isso aconteça é necessário partir para a oração e entregar tudo no coração do Libertador. Confie em Deus e lute por um mundo novo sem as tormentas das maldades, violências e injustiças. Que Deus abençoe a todos. Amém!

11 – A ÚNICA SAÍDA É FECHAR OS OLHOS E DAR AS MÃOS A JESUS PARA SER GUIADO POR ELE

Muitas vezes, podemos passar por algum período de aridez espiritual, isto é, não temos vontade de rezar, torna-se difícil assistir a Santa Missa, a reza do Terço fica pesada, etc. Até mesmo a sagrada Comunhão se torna um sacrifício diante das dúvidas que podem atingir a nossa alma. Parece que o céu sumiu. Como vencer esse estado de espírito no qual parece que Deus está longe e que nos falta a fé? Primeiro é preciso verificar se esta situação não é tibieza, isto é, causada por nossa culpa em não perseverar no cuidado da vida espiritual, e, sobretudo, verificar se não há pecados graves em nossa alma, que possam estar afugentando dela a graça de Deus. Se não houver pecados na alma, então, é preciso antes de tudo, calma, paciência e perseverança nos exercícios espirituais: oração, vida sacramental, caridade, penitência, etc. Mesmo sem vontade ou sem gosto, continuar, sem jamais parar, os exercícios espirituais. Deus, às vezes, permite essas provações para que aprendamos a “buscar mais o Deus das consolações do que as consolações de Deus”, como disse um santo. São João da Cruz, místico que tanto experimentou o que chamou de “noite escura da fé”, afirmou que “o progresso da pessoa é maior quando ela caminha às escuras e sem saber.” Muitas vezes, nos deleitamos nas orações gostosas, cheias de fervor sensível, como crianças quando comem doces. Mas quando vem a luta, deixamos a oração. Veja o que nos diz a Palavra de Deus: “Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes, quando repreendido por ele; pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho (Pr 3,11s). Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige? Mas se permanecêsseis sem a correção que é comum a todos, seríeis bastardos e não filhos legítimos… Aliás, temos na terra nossos pais que nos corrigem e, no entanto, os olhamos com respeito. Com quanto mais razão nos havemos de submeter ao Pai de nossas almas, o qual nos dará a vida? Os primeiros nos educaram para pouco tempo, segundo a sua própria conveniência, ao passo que este o faz para nosso bem, para nos comunicar sua santidade” (Hb 12,5-10). Deus nos quer santos, e é também algumas vezes pela provação e pela aridez espiritual que Ele arranca as ervas daninhas do jardim de nossas almas. Coragem, alma querida de Deus! Jesus disse que Ele é a videira verdadeira, e Seu Pai o bom agricultor, que podará todo ramo bom que der fruto, para que produza mais fruto (cf. Jo 15,1-2). Não podemos querer apenas o açúcar do pão e renegar o pão do sacrifício. Às vezes a meditação é difícil, a oração é penosa, distraída, surgem as noites e as trevas… Nessas horas é preciso silêncio, abandono, paciência. O Esposo há de voltar logo… Em breve vai raiar a aurora e os fantasmas vão sumir. Quanto mais a noite fica escura, mais perto nos aproximamos da aurora. Deus sabe o que estamos passando, louvado seja o Seu santo Nome! É hora de abandono em Suas mãos paternas. Em meio às trevas alguns sentem o coração como se fosse de gelo, não sentem mais amor a Jesus, perdem a piedade, se sentem condenados. Que desoladora confusão espiritual! Nestas horas a única saída é fechar os olhos e dar as mãos a Jesus para ser guiado por Ele na fé; confiança e abandono, irmão! Só o Senhor sabe o caminho para sairmos deste matagal fechado e escuro. Deus nos prepara para a contemplação pelas provas passivas, ensinam os santos. Ele as produz e a alma apenas tem que aceitar. É o duro caminho dos que querem a perfeição. Ele está purificando a alma; o Cirurgião Celeste está nos operando a alma. São João da Cruz fala da famosa “noite dos sentidos” cheia de aridez e de provação, um verdadeiro martírio para a alma. Segundo o santo doutor, é Jesus que chama a alma a caminhar com Ele no deserto, mesmo queimando os pés e sendo queimado pelo sol, para se santificar. Calma, alma querida de Deus, Ele faz isso porque o ama muito! O fogo bom não é aquele “fogo de palha”, alto e bonito, mas rápido, que logo se apaga; mas é o fogo baixo que pega na lenha grossa e permanece por muito tempo. O fogo de palha é só para começar… É isso que está acontecendo; não se assuste; não se preocupe porque o gosto de rezar sumiu e se tornou um agora um sacrifício penoso… Fé não é sentimento e muito menos sentimentalismo; fé é adesão, com a mente, a Deus, às Suas verdades e às Suas determinações. Não se preocupe de estar ou não “sentindo” fé ou devoção; apenas viva-a; vá à Missa, ao grupo de oração, ao Terço, com ou sem vontade, com ou sem gosto, com ou sem sentimento. Assim, temos mais méritos ainda diante de Deus. Nesta situação talvez você precise de um diretor espiritual, especialmente na Confissão, para uma boa orientação.

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MONIÇÕES

MONIÇÃO AMBIENTAL OU COMENTÁRIO INICIAL

Por mais desviado que o povo possa estar, Deus nunca está distante dele, mas quer resgatá-lo e ajudá-lo nas provações. Confiemos no Senhor mesmo quando parecer que estamos afundando; ao gritarmos por socorro, ele nos entenderá a mão.

MONIÇÃO PARA A(S) LEITURA(S) E O SALMO

Fiel à missão, o profeta mostra a situação do povo e anunciar-lhe a libertação com palavras de esperança. O grito dos discípulos, sinal da fragilidade da sua fé, motiva o socorro soberano de Jesus.

MONIÇÃO PARA O EVANGELHO

Mestre, tu és o filho de Deus, és rei de Israel! (Jo 1,49).

ANTÍFONAS

Antífona da entrada

Meus Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não tardeis mais (Sl 69,2.6).

Antífona da comunhão

Vós nos destes, Senhor, o pão do céu, que contém todo sabor e satisfaz todo paladar (Sb 16,20).

ORAÇÕES DO DIA

Oração do dia ou Oração da coleta

Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação e conservando-a renovada. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Preces da Assembleia ou Oração da Assembleia

— Salvai-nos, Senhor.

— Quando afundamos no mar da indiferença.
— Quando nos desviamos da mensagem do evangelho.
— Quando nosso orgulho for maior que nossa fé.
— Quando não vos procuramos imitar.
— Quando estamos desamparados e aflitos.

Oração sobre as oferendas

Dignai-vos, ó Deus, santificar estas oferendas e, aceitando este sacrifício espiritual, fazei de nós uma oferenda eterna para vós. Por Cristo, nosso Senhor.

Oração depois da comunhão

Acompanhai, ó Deus, com proteção constante os que renovastes com o pão do céu e, como não cessais de alimentá-los, tornai-os dignos da salvação eterna. Por Cristo, nosso Senhor

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