Arquivo mensal: janeiro 2014

Liturgia Diária 31/Jan/14

LITURGIA DIÁRIA DA PALAVRA
31/Jan/2014 (sexta-feira)

Parábola da semente que germina por si só
Mc 4, 26-29 (a planta germina por si só)
Parábola do grão de mostarda

Mc 4, 30-32 (a semente de mostarda)

LEITURA: 2 Samuel 11, 1-4a. 5-10a. 13-17: Segunda campanha amonita. O pecado de Davi (Davi e Betsabéia).
Leitura do Segundo Livro de Samuel.
1 No ano seguinte, na época em que os reis costumavam partir para a guerra, Davi enviou Joab com os seus oficiais e todo o Israel, e eles devastaram o país dos amonitas e sitiaram Rabá. Mas Davi ficou em Jerusalém. 2 Ora, um dia, ao entardecer, levantando-se Davi de sua cama, pôs-se a passear pelo terraço de sua casa e avistou dali uma mulher que se banhava. Era uma mulher muito bonita. 3 Davi procurou saber quem era essa mulher e disseram-lhe que era Betsabéia, filha de Eliam, mulher do hitita Urias. 4a Então Davi enviou mensageiros para que a trouxessem. Ela veio e ele deitou-se com ela. 5 Em seguida, Betsabéia voltou para casa. Como ela concebesse, mandou dizer a Davi: “Estou grávida”; 6 Davi mandou esta ordem a Joab: “Manda-me Urias, o hitita” E ele mandou Urias a Davi. 7 Quando Urias chegou, Davi pediu-lhes notícias de Joab, do exército e da guerra. 8 E depois disse-lhe: “Desce à tua casa e lava os pés”. Urias saiu do palácio do rei e, em seguida, este enviou-lhe um presente real. 9 Mas Urias dormiu à porta do palácio com os outros servos do seu amo, e não foi para casa. 10a E contaram a Davi, dizendo-lhe: “Urias não foi para sua casa”. 13 Davi convidou-o para comer e beber à sua mesa e o embriagou. Mas, ao entardecer, ele retirou-se e foi-se deitar no seu leito, em companhia dos servos do seu senhor, e não desceu para a sua casa. 14 Na manhã seguinte, Davi escreveu uma carta a Joab e mandou-a pelas mãos de Urias. 15 Dizia nela: “Colocai Urias na frente, onde o combate for mais violento, e abandonai-o para que seja ferido e morra”. 16 Joab, que sitiava a cidade, colocou Urias no lugar onde ele sabia estarem os guerreiros mais valentes. 17 Os que defendiam a cidade, saíram para atacar Joab, e morreram alguns do exército, da guarda de Davi. E morreu também Urias, o hitita. — Palavra do Senhor. — Graças a Deus.

SALMO: Salmo 51(50), 3-4. 5-6a. 6bc-7. 10-11 (R. Cf. 3a): Miserere
3a Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!
3 Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! / Na imensidão de vosso amor, purificai-me! / 4 Lavai-me todo inteiro do pecado, / e apagai completamente a minha culpa!
5 Eu reconheço toda a minha iniquidade, / o meu pecado está sempre à minha frente. / 6a Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, / e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
6b Mostrais assim quanto sois justo na sentença, / 6c e quanto é reto o julgamento que fazeis. / 7 Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade / e pecador minha mãe me concebeu.
10 Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria, / e exultarão estes meus ossos que esmagastes. / 11 Desviai o vosso olhar dos meus pecados / e apagai todas as minhas transgressões!

EVANGELHO: Marcos 4, 26-34:
– Parábola da semente que germina por si só (4, 26-29)
– Parábola do grão de mostarda (4, 30-32)
– Conclusão sobre as parábolas (4, 33-34)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 26 Jesus disse à multidão: “O reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27 Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. 28 A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29 Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”.
30 E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31 O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32 Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”!
33 Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34 E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo. — Palavra da Salvação. — Glória a vós, Senhor.

LEITURA ORANTE

Oração Inicial (Querer)
Preparo-me para este momento, com a oração ao Espírito Santo:
A Vós, Espírito de verdade, consagro a mente, a fantasia e a memória: iluminai-me.
Fazei-me conhecer Jesus Cristo e compreender o seu Evangelho. Amém.

“Eu sou o CAMINHO” (Ler)
O que a Palavra diz para mim?
O que me dizem estas duas parábolas de Jesus Mestre?
Atualizo a Palavra, ligando-a à minha vida.
O “Reino de Deus está perto”. Dentro de mim.
Como se desenvolve?
Como o cultivo?
Já me sinto discípulo/a missionário/a?
Sinto-me “abrigo” para outras pessoas que buscam o Reino de Deus?
Lembro-me das palavras dos bispos na Conferência de Aparecida: “No seguimento de Jesus Cristo, aprendemos e praticamos as bem-aventuranças do Reino, o estilo de vida do próprio Jesus: seu amor e obediência filial ao Pai, sua compaixão entranhável frente à dor humana, sua proximidade aos pobres e aos pequenos, sua fidelidade à missão encomendada, seu amor serviçal até a doação de sua vida. Hoje, contemplamos a Jesus Cristo tal como os Evangelhos nos transmitiram para conhecer o que Ele fez e para discernir o que nós devemos fazer nas atuais circunstâncias.” (DA 139).

“A VERDADE” (Refletir)
Faço a leitura lenta e atenta do texto da Palavra do dia: Mc 4, 26-34.
Em um momento de silêncio, recordo o que li.
São duas pequenas parábolas. Uma fala do processo como se desenvolve o Reino de Deus. Exige paciência.
A outra é sobre o resultado de uma pequena boa semente. Fala de esperança.

“E a VIDA” (Orar)
O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Meu coração começa a bater em sintonia com o coração de Jesus.
Vivo este momento em silêncio. E oro:
Espírito Santo, dai-me um coração grande e forte para amar todos, para servir a todos, para sofrer por todos! ( Paulo VI)

Qual a MISSÃO em minha vida hoje? (Agir)
Qual o novo olhar que a Palavra despertou em mim?
Viverei este dia com olhar novo,”descobrindo” o Reino de Deus presente em cada situação, pessoa, dificuldade, alegria, realização, desafio, cultivando dentro de mim a paciência e a esperança.
Por todos os internautas, para todas as pessoas, rezo com o apóstolo Paulo: “Que o Senhor realize todos os desejos que vocês têm de fazer o bem” . (2Ts 1, 11).
BÊNÇÃO
– Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
– Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
– Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
– Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

REFLEXÕES

(6) – O REINO DE DEUS EXIGE ESSA DUPLA ATITUDE: EMPENHO E ESPERA
O que temos são duas parábolas do Reino e a conclusão. O Reino de Deus não se circunscreve a nenhuma definição. Haverá sempre algo a dizer e a compreender dele. Por isso, a melhor forma de dizê-lo e de fazer entrar no seu mistério é a parábola. A primeira delas, própria a Marcos, apresenta que o Reino de Deus exige uma dupla atitude: empenho e espera. Empenho de semear, de tornar presente no mundo a realidade do mistério do Reino de Deus presente e revelado em Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, o dinamismo do Reino de Deus exige perseverança na espera paciente, pois a semente plantada na terra possui o dinamismo do seu próprio crescimento, o que só acontece no curso do tempo, em meio às vicissitudes da história humana. O Reino de Deus não nasce já grande e vistoso. A parábola do grão de mostarda ilustra esse contraste entre a pequenez da semente e o que ela se torna, a maior de todas as hortaliças. Para o ouvinte, a parábola é um convite à confiança e à esperança, e a entrar no dinamismo próprio do Reino de Deus.
ORAÇÃO
Pai, dá-me sensibilidade para perceber teu Reino acontecendo no meio de nós, aí onde lutamos para a construção de uma sociedade mais humana e fraterna.

(7) – NÃO PERMITA QUE O PECADO FAÇA MORADA EM SEU CORAÇÃO
Que nós tenhamos força, sabedoria e discernimento de Deus para não deixarmos as más inclinações crescerem dentro do nosso coração!
“[Davi] Dizia nela: ‘Colocai Urias na frente, onde o combate for mais violento, e abandonai-o para que seja ferido e morra”’ (2Sm 11, 15).
Na meditação da Palavra de Deus no dia de hoje, gostaria que nós refletíssemos sobre essa primeira leitura do Livro de Samuel, que nos relata os pecados graves que Davi, o escolhido e ungido de Deus, cometeu. Davi foi profano, injusto, adúltero; o problema dele foi acumular pecado sobre pecado.
No primeiro momento, ele viu Betsabéia, aquela bela mulher, que era esposa de um dos generais do seu exército: Urias. Quando do alto do seu palácio, Davi a viu tomando banho, ele a cobiçou com os olhos e, à cobiça, ele acrescentou o pecado do desejo e do desejo ele foi para a prática. Mandou que trouxessem aquela mulher e ela foi levada ao palácio e ele deitou-se com ela. Do adultério Davi ainda procurou esconder seu erro, porque, depois, Betsabéia ficou grávida e foi se apresentar a ele [Davi] e este simplesmente planejou eliminar o esposo dela. Como este era general do exército, era um daqueles da linha de frente, por isso Davi fez questão de colocá-lo mesmo à frente de um combate violento, para que, nesse combate, ele fosse ferido e morto.
Nós não estamos aqui para analisar, combater ou jogar pedras em Davi, nem jogar pedras no pecado de ninguém, mas o pecado dele nos ajuda a reconhecer a forma como o pecado, muitas vezes, entra dentro de nós. Ninguém comete um pecado grave de uma hora para outra, ninguém se torna assassino, adúltero ou comete coisas graves se primeiro não conceber esse mal dentro do seu coração.
O que nós, muitas vezes, relativizamos foi um mau pensamento, foi um olhar, uma cobiça, isso nos chama a atenção para que cuidemos do mal que acontece dentro do nosso coração. O erro de Davi não foi simplesmente porque ele engravidou Betsabé, que não era sua esposa, foi aquilo que, um dia, Jesus diz no Evangelho: ”Quem já olha para uma mulher e a deseja no seu coração, já comete adultério no seu coração”.
O quanto nós devemos vigiar o nosso olhar, os nossos desejos e reconhecer que, muitas vezes, os desejos impuros e de fazer coisas erradas para o outro vão crescendo dentro de nós. Um assassino, alguém que comete um crime, primeiro começar a ter raiva de alguém, ressentimento, mágoa; esses sentimentos crescem e depois coisas piores acontecem, muitas coisas trágicas acontecem no meio de nós, pecados grandes acontecem no meio de nós, porque vamos alimentando pequenos desejos e pequenos pecados.
Faltou, para Davi, combater o mal desde o início. Que nós tenhamos força, sabedoria e discernimento de Deus para não deixarmos as más inclinações crescerem dentro do nosso coração!
Que Deus abençoe você!

(8) – A DINÂMICA DO REINO
Umas das limitações do discípulo consiste em não respeitar a dinâmica própria do Reino. E querer fazê-lo crescer e dar frutos num ritmo diferente daquele querido por Deus. A impaciência do discípulo pode colocar em risco a eficácia do Reino.
Quem não gostaria de ver a justiça reinar, no mundo inteiro, de uma hora para outra?
Quem não ficaria contente se a pobreza e a miséria fossem erradicadas num passe de mágica?
Quem não exultaria vendo a superação imediata de todo tipo de exclusão, violência e falta de solidariedade?
Estes frutos do Reino, contudo, vão se produzindo de modo escondido, em pequenos gestos e projetos bem simples, sem que ninguém se dê conta. O discípulo tem sensibilidade para perceber a sementinha do Reino medrando nos lugares mais estranhos e de maneiras não convencionais. E reconhece aí a ação providente do Pai.
O discípulo impaciente se desespera pela lentidão das coisas, tornando-se insensível para a presença efetiva do Reino ao seu redor. Ele aplica ao Reino seus cálculos mundanos e exige dele a eficácia característica dos projetos humano. E se decepciona por não poder apressar o ritmo da implantação do Reino.
A construção do Reino se dá pela conjugação da ação divina e da ação humana. Basta que o discípulo faça sua parte. O resto fica por conta de Deus.
ORAÇÃO
Senhor Jesus, que eu seja capaz de perceber o dinamismo do Reino, frutificando de maneira discreta nos meandros da história humana.

(9) – BOA NOVA PARA CADA DIA
Jesus só lhes falava em parábolas, mas quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo. (Mc 4, 34).
São duas as parábolas sobre que o Evangelho nos apresenta hoje.
A primeira é sobre o Reino de Deus comparado à semente que germina sem que o semeador perceba. É o poder de Deus expandindo Seu Reino no mundo.
A segunda é sobre o Reino de Deus também, comparado à semente minúscula da mostarda. Uma vez plantada, germina, cresce e fica muito grande. É o poder de Deus agindo no meio dos homens expandindo Seu Reino, que pequeno assim que inaugurado, torna-se enorme.
Mas o Evangelho de hoje nos recorda algo já meditado no de ontem: Jesus pregava a todos os que o procuravam. Entre eles havia judeus que não aceitavam o ensino de Jesus e muito menos o Reino de Deus que Ele inaugurou na terra. A estes pouca diferença fazia entender ou não as parábolas de Jesus.
Assim Ele se voltava para um grupo seleto de discípulos, os doze apóstolos, para lhes explicar cada parábola com seus segredos.
Os apóstolos, portanto, foram o grupo privilegiado por Jesus. Aceitaram o Reino de Deus e tudo o mais lhes foi acrescentado (Mt 6, 33).
E por meio deles também o Reino de Deus inaugurado por Jesus foi crescendo até chegar a nós.
Como ontem, meditemos e rezemos o canto: Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vós será acrescentado. Aleluia, Aleluia.

(10) – ESTENDE TANTO OS RAMOS, QUE AS AVES DO CÉU SE PODEM ABRIGAR À SUA SOMBRA
Como diz Cristo, o Reino de Deus é como um grão de mostarda. […] Cristo é o Reino: como um grão de mostarda, foi deitado à terra num jardim, o corpo da Virgem. Cresceu e tornou-Se a árvore da cruz que cobre toda a terra. […] Cristo é o Reino, pois nele reside toda a glória do seu reino. E Cristo é o homem, pois o homem na sua totalidade é renovado nele. Cristo é o grão de mostarda, o instrumento de que Deus Se serve para fazer descer toda a sua grandeza em toda a pequenez do homem. Ele próprio Se tornou todas as coisas, para renovar todos os homens nele. Enquanto homem, Cristo recebeu o grão de mostarda que é o Reino de Deus […]; enquanto Deus, possuía-o desde sempre. Ele deitou a semente à terra no seu jardim. […]
O jardim é esta terra cultivada que se estendeu por todo o mundo, lavrada pela charrua da Boa Nova, encerrada pelos limites da sabedoria; os Apóstolos penaram para arrancar todas as ervas daninhas. Dá gosto contemplar as jovens plantas que são os crentes, os lírios que são as virgens e as rosas que são os mártires: flores que dão constantemente o seu perfume.
Cristo semeou, pois, o grão de mostarda no seu jardim. A semente criou raízes quando Ele prometeu o seu Reino aos patriarcas, germinou com os profetas, cresceu com os Apóstolos e tornou-se a árvore imensa que estende os seus longos ramos sobre a Igreja, e lhe prodiga os seus dons. […] Toma as asas de prata da pomba de que fala o Profeta (Sl 67, 14). […] Levanta voo para usufruir de um repouso sem fim, fora do alcance dos laços (Sl 90, 3), por entre folhagens magníficas. Sê suficientemente forte para assim levantares voo, e vai habitar em segurança nesta vasta morada.

(11) – AS SEMENTES
A semente que germina e cresce por si mesma exprime a ação de Deus que comunica amor e vida a todos, suplantando os poderosos deste mundo que semeiam a fome e a morte. A segunda parábola, da inexpressiva semente que se transforma em uma árvore acolhedora dos pássaros, exprime que a fé dos discípulos, desprezível diante do mundo, pode gerar o mundo novo de fraternidade e paz. A prática e o ensino de Jesus são caminho e luz.
Marcos mostra Jesus como Mestre do Reino ensinando às multidões desde a barca de Pedro (4, 1). Seu ensino é na base de parábolas ou exemplos. A parábola é uma narração que sob o aspecto de uma comparação, está destinada a ilustrar o sentido de um ensino religioso. Quando todos os detalhes têm um sentido e significado real, a parábola se transforma em alegoria. Como em Jo 10,1-16, no caso do bom pastor. No A T as parábolas são escassas, um exemplo é 2 Sm 12, 1-4 em que Natã dá a conhecer seu crime a Davi. Porém no NT Jesus usa frequentemente as parábolas especialmente como parte de seu ensino do Reino dos Céus, para iluminar certos aspectos do mesmo. No dia de hoje temos duas pequenas parábolas, a primeira própria de Marcos e a segunda compartida por Mateus (13, 21+) e Lucas (13, 18). Na parábola da semente, Jesus indica que o Reino tem uma força intrínseca que independe dos trabalhadores. Na segunda que o Reino, minúsculo nos tempo de Jesus, expandir-se-á de modo a se estender pelo mundo inteiro. Vejamos versículo por versículo as palavras de Jesus.
E dizia: assim é o Reino do Deus, como se um homem lançasse a semente sobre a terra (26).
Que significa Reino de Deus?
No AT Jahvé, o Deus de Israel, era o verdadeiro rei e seu reino abrangia todo o Universo. Os juízes eram praticamente os seus representantes. Por isso, o seu profeta Samuel, último juiz, escutou estas palavras: Não é a ti que te rejeitam, mas a mim, porque não querem mais que eu reine sobre eles (1Sm 8, 7). A partir de Davi o reino de Deus tem como representante um rei humano, mas a experiência terminou em fracasso, e o reino de Deus acabou por ser um reino futuro escatológico como final dos tempos e transcendente, como sendo Deus mesmo o que seria ou escolheria o novo rei. Esse reino está chegando e tem seu representante na pessoa de Jesus e dos apóstolos. Nada tem de material ou geográfico, e é formado pelos que aceitam Jesus como Senhor, caminho, verdade e vida. Por isso dirá Jesus que o reino está dentro de vocês. A Igreja fundada por Jesus é a parte visível desse reino, que não é como os do mundo, mas tem sua base em servir e não em ser servido (Lc 22, 27). O oposto do amor, que é serviço no reino é o amor ao dinheiro ( Mt 6, 24), de modo que podemos afirmar que o dinheiro é o verdadeiro deus deste mundo. A primeira comparação que revela como atua o Reino é esta parábola de Jesus, facilmente entendida como tipo, e que finalmente veremos como protótipo nas observações.
E durma e se levante noite e dia; e a semente germine e cresça de um modo que ele não tem conhecido. É importante unir este versículo ao anterior para obter o sentido completo da parábola. O agricultor faz sua vida independente e a semente nasce e cresce sem ter nada que ver com o agricultor fora o fato de ser semeada por ele no início. Deste modo Paulo pode afirmar: Eu plantei, Apolo regou; mas era Deus quem fazia crescer. Aquele que planta nada é; aquele que rega nada é; mas importa somente Deus, que dá o crescimento (1Cor 3, 6-7). Assim, a continuação dirá Jesus: Pois por si mesma a terra frutifica primeiramente a erva, depois a espiga, depois o trigo pleno na espiga .
Quando porém, tiver aparecido o fruto, rapidamente ele envia a foice porque tem aparecido a ceifa. Não há nada a comentar a não ser que o trabalho do agricultor. Vemos como se reduz a semear e ceifar. A terra e a semente fazem o resto.
E dizia: a que compararíamos o Reino do Deus , ou em que parábola o assemelharíamos? Parece que Jesus medita antes de afirmar ou escolhe uma comparação apropriada. Seu estilo é de chamar a atenção dos ouvintes, um simples recurso oratório que indica por outra parte uma memória viva dos ouvintes e não uma posterior reconstrução. É possível que estas palavras formem parte do método de ensino de Jesus.
Como com a semente da mostarda, a qual quando sendo semeada na terra é a menor de todas as sementes sobre a terra. A mostarda é uma planta da família da couve ou repolho, de grandes folhas, flores amarelas e pequenas sementes, que tem duas espécies principais: branca e preta. A branca chega até atingir 1,2 m de altura e a preta pode chegar até 3m e 4 m de altura. A negra é comum nas margens do lago de Tiberíades e seu tronco se torna lenhoso. Por isso os árabes falam de árvores de mostarda. Esta variedade só cresce ao longo do lago e nas margens do Jordão. Os pintassilgos, gulosos de suas sementes chegam em bandos para pousar nos seus galhos e comer os grãos. As sementes não são as menores entre as conhecidas, mas parece que eram modelo, na época, de coisas insignificantes.
A mais comum é a branca não tão ardente como a preta, precisamente por sua maior facilidade em recolher os frutos. E quando está semeada surge e se torna maior do que todas as hortaliças e produz galhos grandes de modo que podem, sob sua sombra, as aves do céu habitar . Temos visto como chegam até 3 ou 4 m de altura, suficientes para aninhar os pássaros em seus galhos.
E com muitas parábolas semelhantes falava a eles a palavra do modo que podiam ouvir . Temos aqui uma discriminação feita sem saber a razão de por que foi escolhida por Jesus. Os discípulos tinham ocasião de saber o significado verdadeiro das comparações, por vezes não muito claras para o ouvinte geral. O caso mais evidente é o do semeador e os diversos terrenos em que a semente cai. O público em geral podia ficar com a idéia de que a semente da palavra era recebida de formas mui diversas pelos ouvintes, mas a razão destas diferenças só era explicada aos que, interessados, perguntaram junto aos doze pela explicação da mesma (Mc 4, 13-20). O encontro com a palavra é um dom de Deus, mas a resposta à mesma depende da vontade e do interesse de cada um. A explicação correspondente sempre a receberá quem esteja interessado em saber a verdade.
Na primeira destas parábolas do dia de hoje temos a exposição de como o Reino se expande com uma força que não depende dos homens mas do próprio Deus. Poderíamos dizer que descreve a força interna do Reino.
Na segunda parábola encontramos a visão externa do Reino. Seu crescimento seria espetacular desde um pequeno grupo insignificante como é a semente da mostarda que se parece com a cabeça de um alfinete, até uma árvore que nada tem a invejar os carrascos da Palestina.
Uma certeza é evidente: o Reino é uma realidade que não se pode ignorar. Em que consiste? Jesus não revela sua essência, mas devido ao nome estamos inclinados a afirmar que o Reino como nova instituição é uma irrupção da presença de Deus na História humana, que seria uma revolução e uma conquista, não violenta mas interior do homem, e que deveria mudar a religião em primeiro lugar e as relações sociais em segundo termo. Numa época em que revoluções externas e lutas pelo poder estavam unidas a uma teocracia religiosa era perigoso anunciar a natureza verdadeira do Reino. Daí que só as externas qualidades do Reino tenham sido descritas e de modo a não levantar reações violentas. O reino sofrerá violências mas não será o violentador (Mt 11, 12).
Se quisermos apurar as coisas, poderíamos atribuir ao Reino uma universalidade que não tinha a Antiga aliança. Mas isto é esticar as coisas além do estado natural das coisas e da narração de hoje no evangelho de Marcos.

(11) – O REINO DE DEU É COMO A SEMENTE QUE CRESCE SOZINHA
Neste Evangelho, Jesus nos conta duas parábolas: a da semente que cresce sozinha e a do grão de mostarda. O Reino de Deus age em nós e no mundo como a semente: tem uma força própria, graças ao Espírito Santo que o assiste. No começo, ele pode parecer pequeno, insignificante e demasiadamente lento, mas é só esperar, que ele se torna grande e forte. Quanta gente não persevera na Comunidade, ou numa pastoral, porque não vê resultados imediatos!
A comparação com a semente é muito apropriada, porque basta ser jogada em terra boa e úmida, que ela cresce por si mesma e vai até os frutos. Também o Reino de Deus é assim; basta não colocarmos obstáculos, que ele vai crescendo, dentro de nós e no mundo. Esse crescimento é lento, como a semente. O homem “vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece”.
No caso da semente de mostarda, há um contraste entre o tamanho tão pequeno da semente e o tamanho tão grande da hortaliça, que “estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”. O mesmo contraste acontece no Reino de Deus, a começar com o próprio Jesus, que nasceu tão humilde na gruta de Belém, e hoje o “grão de mostarda” cobre a face da terra.
As nossas Comunidades cristãs são às vezes pequenas, fracas, pobres e crescem devagar. Pouca gente participando, a maioria gente simples, humilde, despreparada e sem grandes talentos… mas a sua força transformadora é enorme.
Por outro lado, o reino do mal cresce rápido e tem poder e força diante das estruturas do mundo.
Por isso, muitos cristãos são tentados a desanimar e a desistir.
Ou são tentados a desacreditar nos critérios cristãos e passam a usar os critérios do mundo pecador: ser lobos no meio de lobos; em vez de virar a outra face para quem lhes bate, ou dar também a túnica para quem lhes rouba a capa, passam a usar a violência, a vingança, a mentira; desunir-se da equipe pastoral e agir sozinho…
Isso é colocar a eficácia, isto é, os resultados, acima do testemunho e do exemplo de vida. Na prática, é fazer aliança com o mal, abandonando os critérios de Cristo. O pior é quando começamos a misturar as coisas, não nos firmando nem do lado de Cristo nem do lado do mundo pecador.
Isto é falta de fé na força de Deus, que age através da pequenez, como a semente de mostarda, e que age pela força do Espírito Santo, mas lentamente.
O que Jesus quis com as duas parábolas foi dar-nos ânimo e confiança, para não desanimarmos na luta pelo Reino de Deus, mas perseverarmos, apesar a sua lentidão.
O Pe. José Maria Prada era missionário redentorista da Província de S. Paulo. Ele nasceu em Portugal, em 1928 e foi ordenado em 1953. Trabalhou em Angola, África, até 1975, quando veio para o Brasil. Morou em Garça – SP, em Exu – PE e depois foi nomeado Pároco de Salgueiro – PE.
Em Salgueiro, um dia, um senhor muito influente e rico na cidade o procurou, junto com a sua noive, querendo se casar na Igreja. Ele dizia que morou com uma mulher em outra cidade distante dali, mas sem se casar na Igreja.
Pe. Prada entrou em contato com a Paróquia daquela cidade e esta lhe mandou a certidão de casamento dele. O padre lhe mostrou e disse que não poderia fazer o casamento.
O homem, primeiro prometeu dar muito dinheiro para o padre se ele fizesse o casamento, mas este não quis. Então o homem ameaçou e disse que mataria o padre, se ele não fizesse o casamento. Pe. Prada foi inflexível, disse que morreria, mas não faria o casamento.
Então o homem foi a sua casa, pegou um revólver, veio e deu cinco tiros no Pe. Prada, que morreu na hora. Eram onze horas do dia 29/04/1991.
Na Missa de corpo presente, presidida pelo Sr. Bispo da Diocese, que é Petrolina, e concelebrada por todo o clero da diocese, estavam presentes uma enorme multidão. No enterro, levaram, em uma cruz, a camisa ensanguentada do Pe. Prada.
A semente do Reino de Deus parece pequena e fraca, mas tem uma força incrível. “Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas são incapazes de matar a alma!” (Mt 10, 28).
Peçamos a Maria Santíssima, a Mãe da Igreja, que nos ajude a perseverar na nossa Comunidade, sem perder a paciência devido às suas fraquezas, nem sacrificar o nosso testemunho a fim de obter maiores resultados.
O Reino de Deus é como a semente que cresce sozinha, e como o grão de mostarda.

(11) – O CAMINHO DA SALVAÇÃO COMEÇA A PARTIR DE UMA PEQUENA SEMENTE!
Embora em meio a tantos adversários, a palavra de Deus, ainda encontra ressonância em muitos corações, pois sempre haverá quem se deixa tocar por ela!
Mesmo não tendo a experiência de um agricultor, todos nós sabemos que do plantio a colheita, há um processo lento que requer muita paciência, sem um mergulho nas profundezas da terra, uma semente pode até germinar, mas não cria raízes, por tanto, não crescerá e nem dará frutos!
Assim também acontece conosco, quando a palavra de Deus, entra nos nossos ouvidos, mas não atinge a profundidade do nosso coração, não crescemos na fé e nem produzimos frutos.
A palavra de Deus é semente de vida, é ela que nos trás a força do Senhor que ao longo dos tempos, vem lançando novas sementes, confiante de que nós saberemos cultivá-la no espírito da fé e da fidelidade a Deus!
O caminho para a nossa salvação, inicia-se a partir de uma pequena semente, que um dia, alguém lançou no nosso coração, daí, a importância de fazer do nosso coração um terreno fértil, para que nele, Jesus possa lançar a semente do amor, da justiça e da solidariedade que nos une como irmãos!
Cultivar a semente do amor em nossos corações, é colaborar com o plantio de Deus, é deste coração inundado pelo amor, que saem as sementes que vão chegar a outros corações!
No evangelho de hoje, Jesus compara o Reino de Deus com as realidades mais simples do nosso cotidiano, com o objetivo de nos fazer entender a dinâmica deste Reino.
Não pode existir nada mais dinâmico, do que uma pequena semente se desenvolvendo nas profundezas da terra, trazendo vida onde ainda não existe vida!
Uma semente germina onde cai, mas sem criar raízes, ela não se desenvolve, jamais produzirá frutos! Enquanto que a palavra de Deus, no coração de quem a acolhe com alegria, com compromisso e fidelidade, é como um vulcão em constante erupção, nunca para, nunca cansa, e nem descansa, é sempre um movimento constante, suave e belo, como as gigantescas labaredas de fogo iluminando e aquecendo a humanidade às vezes fria do Divino e do humano.
Por mais que acreditamos ser terra boa, ter o conhecimento da palavra, se não nos aproximarmos de Jesus com humildade, como discípulo que quer aprender com o Mestre, jamais poderemos ser um bom semeador, pois a palavra que vamos semear não é nossa, é palavra de Deus, somos apenas semeadores desta palavra!
A todo instante Jesus nos convoca a sermos semeadores, e no exercício do plantio, é importante que tenhamos a simplicidade de um camponês, que não almeja ser conhecido e muito menos ter algum destaque, a sua alegria, é unicamente ver brotar a semente que lançou!
Aplicando na nossa vida espiritual, nós, que dizemos, seguidores de Jesus, não podemos guardar a palavra de Deus só para nós, devemos ser anunciadores desta palavra que gera vida, pois quanto mais ela é plantada nos corações dos homens, maior será a colheita e melhor será o mundo em que vivemos.
Nos dias de hoje, são muitos os semeadores, semeiam-se muito, mas infelizmente, sementes que produzem frutos de má qualidade, as boas sementes, estão bastante esquecidas.
O crescimento de um Reino de amor e de justiça, tão sonhado por Deus, depende da disposição dos semeadores, por isto, um semeador nunca deve se deixar levar pelo pessimismo, pelo desanimo, pois o seu trabalho nunca será em vão, já que muitas sementes cairão em terra boa e certamente produzirão muitos frutos!
FIQUE NA PAZ DE JESUS!

(11) – PROCESSO DE CONVERSÃO
2 Samuel 11, 1-10. 13-17 – “ o rei Davi e a mulher de Urias”
Quando lemos a história de Davi e de Urias, naturalmente nós nos revoltamos e nos indignamos com o seu procedimento, pois não entendemos o que o teria levado a cometer um pecado tão detestável, em vista de como ele sempre se portou! Ele que fora ungido pelo Senhor para ser o Rei de Israel, a quem o Senhor prometera uma dinastia e um reino estáveis, assim como também uma vida tranquila e uma descendência que nunca seria abandonada! Aquele que é-nos apresentado como um rei exemplar e que provou ser cheio de fé em Deus quando enfrentou e derrotou o gigante Golias tendo como arma apenas uma funda e cinco pedrinhas! O mesmo que soube respeitar os seus inimigos quando teve a vida de Saul em suas mãos e, podendo matá-lo não o fez. Poupou-lhe a vida porque Saul ainda era o rei de Israel, uma coisa rara em tempo de guerra e difícil de imaginar pudesse acontecer! O rei Davi sempre nos pareceu ser alguém irrepreensível! Até que um dia… Davi põe a baixo toda a sua reputação deixando de cumprir com a sua missão de rei quando não partiu para a guerra e enviou apenas os seus oficiais para enfrentar o inimigo, ficando em Jerusalém para descansar, ocasião em que passeando no jardim viu a bela mulher de Urias e se “encantou” por ela. Daí foi só dar asas aos seus desejos e maquinações, para cair estupidamente nas armadilhas do inimigo. O mesmo David que não atentou contra a vida de Saul mandou matar de forma expressa e covarde o seu subalterno Urias para se apossar da sua mulher. Mandou matar para esconder o que fez. Intervém na vida daquela família, separando os que estavam unidos pelo matrimônio. Desrespeita a si próprio. Davi chega ao auge da prepotência e da presunção quando abusa da sua autoridade, para ver realizado o seu intento. Apesar de “crucificarmos o rei Davi” se refletirmos sobre as nossas ações podemos também perceber que tudo isso também pode acontecer conosco. Como Davi nós também podemos ser um guerreiro bem-sucedido, mas um dia nos descuidarmos das nossas atribuições, ou deixarmos de nos dedicar à missão que Deus nos destinou relaxando nos nossos deveres, colocando outras pessoas para em nosso lugar enfrentar o inimigo transferindo os nossos encargos pra ficarmos mais “descansados”. É nesses momentos que também damos brecha ao Inimigo, e cairmos nas concupiscências que moram em nós, os sentimentos puramente carnais e os desejos próprios da nossa humanidade decaída. O pecado é isto: sabemos que uma coisa é mal, mas fazemo-la assim mesmo! A nossa infidelidade a Deus a nossa omissão e a ociosidade nos fazem procurar os lugares errados e lá nos deparar com o fruto proibido, alimentar pensamentos impuros, nos envolver em coisas erradas, mentir, e até maquinar a morte de alguém. Por isso, terminamos por fazer o que nem queríamos: ir contra a lei de Deus. E tudo isto porque no início a sedução foi maior que a razão e não tivemos como voltar atrás. Nunca podemos achar que estamos “blindados” para as seduções do mundo, ainda que tenhamos um comportamento irrepreensível. Por outro lado também não nos podemos “admirar” do pecado de alguém e apontar o dedo para quem errou. A história de Davi nos edifica e nos faz ficar mais conscientes da nossa miséria humana para confiar plenamente na misericórdia de Deus.
– Você também se revolta com esta história de pecado?
– Você acha que não seria capaz de fazer o que fez David?
– Você se acha uma pessoa muito equilibrada e firme?
– Em quem você confia para não cometer os mesmos erros?
– Você costuma apontar o dedo para os erros dos políticos?
– E os seus?

Salmo 50 – “Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!”
O nosso ser pecador tem necessidade de implorar por misericórdia a todo instante. Mesmo que não tenhamos cometido conscientemente nenhuma má ação a nossa alma se ressente por que o nosso pecado está sempre à nossa frente. Por isso, é nosso dever reconhecer a nossa iniquidade e, assim como fez o salmista, orar ao Senhor: “Lavai-me todo inteiro do pecado e apagai completamente a minha culpa!” A misericórdia de Deus atinge a nossa miséria e só quando nós nos reconhecemos miseráveis nós podemos abraçar o amor misericordioso do Pai.

Evangelho – Marcos 4, 26-34 – “processo de conversão ”
Jesus explica para nós que o crescimento do reino dentro de nós é como uma semente que é espalhada na terra e, por si só, vai germinando e crescendo sem se sabermos como isso acontece. É o processo de conversão e maturidade espiritual que o corre quando nós acolhemos a Palavra de Deus como uma semente. Quando nós acolhemos a Palavra de Deus com a consciência de que é Ele próprio quem nos fala e nos oferece salvação e conversão, começa a acontecer em nós o processo de germinação e fecundação do reino de Deus, uma vida nova que iremos oferecer ao mundo. É Deus quem no nosso próprio coração vai fazendo brotar a Sua mentalidade sem que nem nós mesmos percebamos. A cada dia, mais e mais vamos ficando plenos do poder do Espírito Santo que opera em nós mudando os nossos valores e as nossas concepções, nossos pensamentos e as nossas ações fazendo com que vamos nos afeiçoando a Jesus. O tempo da colheita é quando estamos tão cheios de alegria, paz e felicidade que não dá mais para conter, por isso, é imperioso que o levemos ao mundo às outras pessoas que ainda não tiveram a mesma experiência. O reino de Deus também se manifesta em nós quando, mesmo que ainda nem entendamos a Sua Palavra, nós experimentamos apenas uma gotinha do Seu amor e da Sua misericórdia. Às vezes, em momentos de sofrimento, de dificuldades, de provação, o terreno do nosso coração fica mais acessível para acolher o amor de Deus. E, assim acontece como a semente de mostarda que é a menor de todas, mas é capaz de crescer tornar-se uma grande árvore e abrigar os pássaros do céu. Quando a terra do nosso coração acolhe a semente da Palavra e do Amor de Deus e nós a deixamos germinar, como consequência nós vivemos uma vida frutuosa, plena de abundante utilidade. Mesmo que tenhamos pouca fé, Deus vai realizando em nós o grande milagre do amor. E ninguém que haja sido tocado pelo Amor de Deus, poderá ficar estagnado, infeliz e descrente. A Palavra de Deus nos fará ser árvore que dá abrigo a muitas pessoas e a nossa luz brilhará nas trevas do mundo. Assim nós haveremos de sair semeando a semente do amor por onde passarmos.
– Você tem notado o crescimento do reino de Deus em você?
– Quais as mudanças que aconteceram em você?
– Você se sente mais feliz, hoje do que antes?
– Você já está sendo árvore que dá sombra?
– Você se sente amado (a) por Deus?

(11) – O HOMEM ESPALHA A SEMENTE NA TERRA E VAI DORMIR
O Reino de Deus tem uma força interior que somente provém de Deus. É o que nos deixa claro o texto que lemos hoje no Evangelho. As duas parábolas nos ensinam que o Reino é iminente. Chegará, não pela força dos homens e mulheres, mas pela obra de Deus e ninguém poderá detê-lo.
Jesus de Nazaré ratifica com sua própria vida que o Reino já está entre a humanidade e que Deus o fará germinar ainda que forças obscuras se oponham à obra de Deus. Deus sempre nos desconcerta. Deus não necessita de meios e formas espetaculares para fazer que aconteça sua obra em meio ao mundo.
Ele se serve do insignificante, muitas vezes do ridículo, para fazer germinar sua obra. O Reino de Deus necessita de servidores fiéis e simples que deixem Deus fazer o necessário. Temos de revisar nosso modelo de fé. Também temos que revisar a maneira como queremos que Deus aconteça na história, que muitas vezes resulta ser uma projeção de nosso poder de domínio que intenta a tirar Deus do centro, em troca de interesses mesquinhos.

(12) – REFLEXÃO
Muitas vezes tentamos explicar a realidade do Reino de Deus de uma forma muito complicada, repleta de elaborações doutrinais e de palavras com significados bem específicos que exigem dicionários e conhecimentos específicos em várias ciências para a sua compreensão. Jesus não age assim. Ele procura revelar as verdades do Reino de forma muito simples, compreensível para todas as pessoas, para que os simples e humildes possam acolher a proposta divina e dar a sua adesão a esta proposta sem desanimar diante de dificuldades teóricas e científicas.

(16) – O REINO DE DEUS É COMO QUANDO ALGUÉM LANÇA A SEMENTE NA TERRA E A TERRA PRODUZ O FRUTO POR SI MESMA
Hoje, Jesus fala às pessoas de uma experiência muito próxima das suas vidas: «Um homem lança a semente na terra (…); a semente germina e cresce (…). A terra produz o fruto por si mesma: primeiro aparecem as folhas, depois a espiga e, finalmente, os grãos que enchem a espiga» (Mc 4, 26-28). Refere-se, com estas palavras, ao Reino de Deus, que consiste na «santidade e graça, Verdade e Vida, justiça, amor e paz» (Prefácio da Solenidade de Cristo Rei), que Jesus Cristo nos veio trazer. Este Reino tem de ser uma realidade, em primeiro lugar dentro de cada um de nós; depois, no nosso mundo.
Pelo Batismo, Jesus semeou, na alma de cada cristão, a graça, a santidade, a Verdade… Temos de fazer crescer esta semente para que frutifique em abundância de boas obras: de serviço e caridade, de amabilidade e generosidade, de sacrifício para cumprir bem o nosso dever de cada dia e para fazer felizes aqueles que nos rodeiam, de oração constante, de perdão e compreensão, de esforço para crescer em virtudes, de alegria…
Assim, este Reino de Deus – que começa dentro de cada um – se estenderá a nossa família, a nossa cidade, a nossa sociedade, ao nosso mundo. Porque quem vive assim, «que faz senão preparar o caminho do Senhor (…), a fim de que nele penetre a força da graça, que o ilumine a luz da verdade, que faça retos os caminhos que conduzem a Deus?» (São Gregório Magno).
A semente começa pequena, como «um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce e se torna maior que todas as outras hortaliças» (Mc 4, 31-32). Porém, a força de Deus difunde-se e cresce com um vigor surpreendente. Como nos primeiros tempos do Cristianismo, Jesus pede-nos hoje que difundamos o seu Reino por todo o mundo.

(8) – SÃO JOÃO BOSCO
João Melquior Bosco, nasceu no dia 16 de agosto de 1815, numa família católica de humildes camponeses em Castelnuovo d’Asti, no norte da Itália, perto de Turim. Órfão de pai aos dois de idade, cresceu cercado do carinho da mãe, Margarida, e amparo dos irmãos. Recebeu uma sólida formação humana e religiosa, mas a instrução básica ficou prejudicada, pois a família precisava de sua ajuda na lida do campo.
Aos nove anos, teve um sonho que marcou a sua vida. Nossa Senhora o conduzia junto a um grupo de rapazes desordeiros que o destratava. João queria reagir, mas a Senhora lhe disse: “Não com pancadas e sim com amor. Torna-te forte, humilde e robusto. À seu tempo tudo compreenderás”. Nesta ocasião decidiu dedicar sua vida a Cristo e a Mãe Maria; quis se tornar padre. Com sacrifício, ajudado pelos vizinhos e orientado pela família, entrou no seminário salesiano de Chieri, daquela diocese.
Inteligente e dedicado, João trabalhou como aprendiz de alfaiate, ferreiro, garçom, tipógrafo e assim, pôde se ordenar sacerdote, em 1841. Em meio à revolução industrial, aconselhado pelo seu diretor espiritual, padre Cafasso, desistiu de ser missionário na Índia. Ficou em Turim, dando início ao seu apostolado da educação de crianças e jovens carentes. Este “produto da era da industrialização”, se tornou a matéria prima de sua Obra e vida.
Neste mesmo ano, criou o Oratório de Dom Bosco, onde os jovens recebiam instrução, formação religiosa, alimentação, tendo apoio e acompanhamento até a colocação em um emprego digno. Depois, sentiu necessidade de recolher os meninos em internatos-escola, em seguida implantou em toda a Obra as escolas profissionais, com as oficinas de alfaiate, encadernação, marcenaria, tipografia e mecânica, repostas às necessidades da época. Para mestres das oficinas, inventou um novo tipo de religioso: o coadjutor salesiano.
Em 1859, ele reuniu esse primeiro grupo de jovens educadores no Oratório, fundando a Congregação dos Salesianos. Nos anos seguintes, Dom Bosco criou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e os Cooperadores Salesianos. Construiu, em Turim, a basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, e fundou sessenta casas salesianas em seis países. Abriu as missões na América Latina. Publicou as Leituras Católicas para o povo mais simples.
Dom Bosco agia rápido, acompanhou a ação do seu tempo e viveu o modo de educar, que passou à humanidade como referência de ensino chamando-o de “Sistema Preventivo de Formação”. Não esqueceu do seu sonho de menino, mas, sobretudo compreendeu a missão que lhe investiu Nossa Senhora. Quando lhe recordavam tudo o que fizera, respondia com um sorriso sereno: “Eu não fiz nada. Foi Nossa Senhora quem tudo fez”.
Morreu no dia 31 de janeiro de 1888. Foi beatificado em 1929 e canonizado por Pio XI em 1934. São João Bosco, foi proclamado “modelo por excelência” para sacerdotes e educadores. Ecumênico, era amigo de todos os povos, estimado em todas as religiões, amado por pobres e ricos; escreveu: “Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas” e se fez , ele próprio, o exemplo perfeito desta máxima.

NINGUÉM AMA O QUE NÃO CONHECE

CELEBRAÇÃO DE HOJE

SÃO JOÃO BOSCO – SACERDOTE E EDUCADOR
(BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

RITOS INICIAIS

Monição ambiental ou Comentário Inicial
A Eucaristia é um grande dom de Deus. A participação nesta celebração nos enche de energia e motivação para viver e repartir vida com os irmãos. Temos consciência de que somos capazes de fazer o bem, mas também de cometer grandes pecados. Por isso, confiamos na misericórdia divina. Apesar de nós, o Reino de Deus tem uma força em si mesmo que vai se impondo no mundo. É por misericórdia de Deus que pessoas como São João Bosco, comemorado hoje, fazem muito pelo Reino. Ele prometeu a Deus que até seu último suspiro seria para os jovens.

Antífona de Entrada
Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, diz o Senhor. O reino do céu pertence aos que se parecem com eles (Mc 10, 14).

Oração do Dia ou Oração da Coleta
Ó Deus, que suscitastes são João Bosco para educar e pai dos adolescentes, fazei que, inflamados da mesma caridade, procuremos a salvação de nossos irmãos, colocando-nos inteiramente ao vosso serviço. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

LITURGIA DA PALAVRA

Monição para a(s) leitura(s)
Deus nos fala.
Ninguém pode condenar ninguém por seus erros pessoais, mas ninguém tem o direito de prejudicar a vida dos outros por nenhum motivo ou descontrole. Deus não se cansa de perdoar, se não ficarmos cansados de pedir perdão. É por sua misericórdia que o bem pode progredir, apesar da maldade humana. Nada faz Deus desistir.

Monição ou Antífona do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.

Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11, 25).

Oração Universal ou Oração dos Fiéis
Conforme nos orienta a IGMR, no Cap. II, LETRA B, números 69, 70 e 71, vamos deixar que cada Comunidade possa realizar a sua Oração Universal colocando nela, a sua realidade comunitária, não devendo esquecer que, normalmente serão estas as séries de intenções, além das pessoais de cada um, caso seja dada a oportunidade pelo celebrante ao povo de se expressar:
a) Intenções pelas necessidades da Igreja;
b) Intenções pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo;
c) Intenções pelos que sofrem qualquer dificuldade;
d) Intenções pela comunidade local;
e) Intenções pessoais da comunidade.

LITURGIA EUCARÍSTICA

Oração sobre as Oferendas
Recebei, ó Deus, as oferendas desta santa assembléia na comemoração dos vossos santos e concedei que, pela participação na eucaristia, sejamos um sinal da vossa caridade. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da Comunhão
Se não vos converterdes e não vos tornardes semelhantes às crianças, diz o Senhor, não entrareis no reino do céu (Mt 18, 3).

Oração depois da Comunhão
Deus todo-poderoso, esta santa creia nos sustente para que, a exemplo dos vossos santos, tenhamos no coração e demonstremos em obras o amor pelo próximo e a luz da verdade. Por Cristo, nosso Senhor.

RITOS FINAIS OU RITOS DE ENCERRAMENTO

Ide em Paz!

FONTES DE CONSULTAS E PESQUISAS

Vamos expor a seguir de onde pertencem os textos que nos preenchem todos os dias, nos dando um caminho com mais sabedoria, simplicidade e amor.

FONTE PRINCIPAL DE PESQUISA E INSPIRAÇÃO
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FONTE DE CONSULTA – IGMR (INSTRUÇÃO GERAL DO MISSAL ROMANO – 1ª EDIÇÃO / 2008)
IGMR

REFLITA!

O importante não é a pessoa que escreve, mas quem foi que inspirou essa pessoa a escrever. O importante não é como se lê o que está escrito, mas como se age. O importante não é sentar-se à direita ou a esquerda do Pai, mas sim, realizar o trabalho que Ele nos pede. Ter conhecimento não é ter sabedoria, sabedoria é ter discernimento e saber compartilhar o conhecimento.

FONTES DE ORIENTAÇÕES E PESQUISAS

(1.1) – Blog Liturgia Diária da Palavra de Deus (Reflexões e Comentários);
(1.2) – Periódico Mensal: Liturgia Diária (Editoras Paulinas e Paulus);
(1.3) – Periódico Mensal: Deus Conosco (Editora Santuário);
(5) – Portal Editora Santuário;
(6) – Portal Editora Paulinas;
(7) – Portal e Blog Canção Nova;
(8) – Portal Dom Total;
(9) – Portal Edições Loyola Jesuítas;
(10) – Portal Evangelho Quotidiano;
(11) – Blog Liturgia Diária Comentada;
(12) – Portal CNBB (A Palavra de Deus na Vida);
(13) – Portal Catequisar: Catequese Católica;
(14) – Portal Comunidade Católica Nova Aliança;
(15) – Portal Fraternidade O Caminho;
(16) – Portal Evangeli.net;
(17) – Portal Padre Marcelo Rossi;
(18) – Um Novo Caminho;
(19) – Portal Dom Total: Roteiro Homilético;
(20) – Portal de Catequese Católica;
(21) – Blog Homilia Dominical;
(22) – Portal NPD Brasil;
(23) – Portal Canção Nova: Música;
(24) – Portal Editora Paulus;
(25) – Portal Católica Net;
(26) – Portal Católico Orante;
(27) – Rádio Catedral FM 106,7: Liturgia Diária;
(28) – Portal Comunidade Resgate;
(29) – Portal Católico na Net.

MENSAGEM PARA VOCÊ E PARA MIM MESMO

Mais vale o desconforto da VERDADE, do que a comodidade da MENTIRA. E usando a essência da Oração da Serenidade, devo orar:

Ó meu Deus e Senhor, Pai de misericórdia e Salvação, que em seu Filho Jesus perdoou os nossos pecados, e com o seu Santo Espírito, paráclito nesse nosso mundo que caminha conosco, apenas em Ti posso almejar a vida eterna, socorre-me e ouvi-me: Se o ERRO está em mim, que DEUS possa me dar a HUMILDADE de aceitar que estou errado. Que Jesus me dê a SERENIDADE, para aceitar que tem coisas que não posso mudar. E que o Espírito Santo me dê a CORAGEM, suficiente para mudar aquelas coisas que dependem de mim, mesmo que sejam difíceis.

E para complementar os alicerces de orações da minha vida, faço como o santo Tomás de Aquino:

Concede-me, Deus misericordioso, que deseje com ardor o que tu aprovas, que o procure com prudência, que o reconheça em verdade, que o cumpra na perfeição, para louvor e glória do teu nome. Põe ordem na minha vida, ó meu Deus, e permite-me que conheça o que tu queres que eu faça, concede-me que o cumpra como é necessário e como é útil para a minha alma. Concede-me, Senhor meu Deus, que não me perca no meio da prosperidade nem da adversidade; não deixes que a adversidade me deprima, nem que a prosperidade me exalte. Que nada me alegre ou me entristeça para além do que conduz a ti.”

Viver CORRETO e falar a VERDADE hoje são tão difíceis quanto na época de Jesus, pois é muito mais fácil aceitar a MENTIRA e fazer o ERRADO. Viver no CAMINHO, VERDADE E VIDA, que é o próprio Cristo Jesus, tem que ser uma caminhada diária. O futuro é desejo e pensamento. O passado é aprendizado e lembrança. O hoje é realidade, isso quer dizer: CRISTO.

Meus amigos(as) de coração, meus irmãos(ãs) em Cristo Jesus, lembrem-se: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” “Não julgues para não seres julgados.” “A quem é muito dado, muito será cobrado.”

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